terça-feira, novembro 07, 2006
Palavras
se em todas as criaturas você descobrir um adversário,
a vida se tornará uma tortura!
No entanto, repare que a Terra é uma escola sagrada.
E você poderá ser feliz, se conseguir ver em todos a boa vontade que os anima.
Atraia para sua convivência amigos devotados, por meio de suas palavras,
mas sobretudo de seus pensamentos voltados
sempre para o amor e o serviço do próximo.
quarta-feira, novembro 01, 2006
folha
quarta-feira, outubro 11, 2006
foie gras
Antigüidade
Até o início do Século XXV a.C. é possível que os antigos egípcios procurassem os fígados engordados das aves migratórias como uma iguaria. Eles rapidamente aprenderam que muitos pássaros poderiam ser engordados através da super-alimentação e começaram a prática em gansos. Na necrópole de Saqqara, a tumba de Mereruka, um importante oficial real, contém um baixo relevo de uma cena onde escravos apertavam o pescoço de gansos para empurrar-lhes pelotas de comida goela abaixo. Ao lado dos escravos havia pilhas com mais pelotas, provavelmente feitas de grãos, e um frasco com água para umedecê-las antes de dar aos gansos.
A prática de engorda de gansos se espalhou do Egito para a região mediterrânea. As referências mais antigas a gansos engordados datam do Século V a.C. do poeta grego Cratino, que escreveu sobre os "engordadores de ganso". Mas o Egito ainda manteve sua reputação como fonte de gansos engordados. Quando Agesilaus, rei de Esparta, visitou o Egito em 361 a.C., ele foi presentado com fígado de ganso pelos ricos fazendeiros egípcios.
Entretanto, até o período romano o foie gras não havia sido mencionado como uma comida distinta, até que os romanos lhe deram o nome iecur ficatum, que em Latim significa literalmente "fígado de figueira". Plínio, o Velho, credita ao gastrônomo romano Apício (a quem um livro de culinária da planta é atribuído) a alimentação de gansos com figos para aumentar seus fígados. Daí o termo iecur ficatum, "fígado estufado de figo". O termo ficatum ficou tão associado com o fígado do animal que se tornou a raiz das palavras fígado em português, foie em francês, higado em espanhol e fegato em italiano, todas denominando aquela parte do animal.
A idéia de alimentar gansos com figos pode ter sido trazida de Alexandria, já que a alta cozinha romana se inspirou nos gregos.
Europa pós-clássica
Após a queda do Império Romano, os gansos foram temporariamente banidos da cozinha européia. Diz-se que os fazendeiros gálicos preservaram a tradição de fazer foie gras por séculos até que ela foi redescoberta, entretanto, esta teoria não tem evidências plausíveis, uma vez que é sabido que as fontes de carne da França medieval foram principalmente o porco e a ovelha.
É mais provável que o foie gras tenha sido preservado pelos judeus, que teriam aprendido o método após a colonização de Israel pelos romanos. Os judeus teriam levado a tradição à medida em que migraram para o norte e o oeste. O Kashrut, que contém as leis da dieta judaica, os proibia de usar óleo feito à base de gordura de porco para cozinhar, e a manteiga não era uma alternativa, já que também era proibido misturar laticínios e carnes. Os judeus utilizavam azeite na região mediterrânea e óleo de sésamo na Babilônia, mas nenhum era fácil de se encontrar nas regiões oeste e central da Europa, então passaram a usar gordura de aves domésticas, que podiam produzir em quantidade através de gansos super-alimentados.
A suavidade do sabor desse fígado foi rapidamente apreciado, fato atestado por Hans Wilhelm Kirchhof de Kassel que escreveu em 1562 que os judeus extraíam gordura dos gansos e particularmente apreciavam o fígado. Rabinos se preocuparam com as complicações éticas de super-alimentar gansos e comer seu órgão inchado, e a questão permaneceu uma das mais debatidas da lei da dieta judaica até o gosto pelo fígado de ganso decair no Século XIX.
Gastrônomos não-judeus começaram a apreciar o fígado de gansos engordados, que eram comprados em guetos de judeus. Em 1570, Bartolomeu Scappi, cozinheiro do Papa Pio V, publicou seu livro de receitas Opera, onde ele conta que "o fígado dos gansos domésticos é inchado pelos judeus a tamanhos e pesos extremos, chegando a mais de 1 kg". Em 1851, Max Rumpolt de Mainz, cozinheiro de muitos nobres alemães, publicou o volumoso livro de receitas Kochbuch, contando que os judeus da Boêmia produziam fígados pesando 1 kg e meio. Rumpolt mostrou várias receitas usando esses fígados, uma delas um mousse.
Principais produtores
A França é o "lar" do foie gras: 80% da produção mundial (16.370 toneladas em 2003, 96% de pato e o 4% de ganso) e 98% do processamento occorem na França [2]. 30.000 pessoas estão envolvidas na indústria, com 90% residindo na região de Périgord (Dordogne) e Midi-Pyrénées, no sudoeste, e também no leste (Alsácia). A União Européia reconhece o foie gras produzido de acordo com os métodos tradicionais das fazendas (label rouge) no sudoeste da França.
Em Quebec também está prosperando a indústria do foie gras. Muitos cozinheiros canadenses usam foie gras de Quebec como uma demonstração de orgulho nacionalista.
Métodos de produção
Patos e gansos são onívoros e, como muitos pássaros, possuem gargantas bastante elásticas, que se expandem e os permite armazenar comida no esôfago (também chamado de "papo" das aves) enquanto espera a digestão no estômago. Na natureza, essa dilatação os permite engolir alimentos grandes, como peixes inteiros, para um longo processo digestivo. Um pato selvagem pode dobrar de peso no outono, acumulando gordura por seu corpo, especialmente no fígado. Esse ganho de peso é inteiramente reversível, tanto no animal selvagem quanto no doméstico.
Os gansos ou patos utilizados na produção do foie gras são inicialmente criados soltos, comendo em gramados para fortalecer o esôfago. Enquanto ainda caminham livremente, é introduzida gradativamente uma dieta com alto teor de amido, que por si só aumenta o peso do fígado em 50%.
A fase seguinte, chamada pelos franceses de finition d'engraissement (complementação do processo de engorda), envolve ingestão ou alimentação forçada durante 12 a 15 dias para patos e 15 a 18 dias para gansos. Durante essa fase, os patos são geralmente alimentados duas vezes por dia, e os gansos três. A alimentação é ministrada por um tubo, de 20 a 30 cm de comprimento, introduzido forçadamente até o esôfago do animal. Se utilizado um eixo helicoidal, o processo dura de 45 a 60 segundos; Se usado um sistema pneumático, apenas 2 ou 3 segundos. É tomado cuidado durante a alimentação para assegurar a integridade do esôfago que, em caso de dano, pode levar facilmente à morte do animal.
A alimentação forçada explora um processo natural através do qual patos e gansos armazenam gordura em seus fígados em preparação para a migração de inverno. A alimentação, geralmente milho embebido em manteiga para facilitar a ingestão, causa uma grande acumulação de gordura no fígado, responsável pela sua consistência amanteigada.
Gansos utilizados na produção de foie gras são geralmente da espécie Moullard. Os patos são estéreis híbridos: machos da espécie Cairina moschata cruzados com fêmeas de patos domésticos (Anas platyrhynchos). Esses patos são geralmente preferidos aos gansos, porque a carcaça de um pato engordado possui mais valor; outros usos desses patos incluem receitas populares como o confit du canard.
Apresentação
Na França, o foie gras existe em algumas formas definidas em lei. Da forma mais nobre para a menos nobre, temos:
- foie gras entier (foie gras inteiro) – feito de um ou dois lóbulos de fígado inteiros, podendo ser cozinhado (cuit), semi-cozinhado (mi-cuit) ou fresco (frais);
- foie gras – feito de pedaços de fígado reunidos;
- bloc de foie gras – um bloco moldado e completamente cozido, feito de 98% ou mais de foie gras; se denominado avec morceaux (com pedaços), pode conter pelo menos 50% de pedaços de foie gras de ganso e 30% de pato.
Além dessas formas de apresentação, existe o pâté e o mousse, feitos de 50% ou mais de foie gras, e o parfait, com 75% ou mais de foie gras, e outras apresentações não definidas em lei.
Formas completamente cozidas são geralmente vendidas em latas de metal ou vidro para conservação por um tempo mais prolongado. Um foie gras fresco e inteiro geralmente não está disponível, exceto em alguns mercados das regiões produtoras. Algumas vezes são encontrados foie gras inteiros e congelados em supermercados franceses.
O foie gras francês geralmente é preparado em fogo baixo (terrine), já que o foie gras de ganso sofre grande derretimento de gordura. O paladar norte-americano, acostumado ao foie gras de pato (mais barato), o prepara em temperaturas mais elevadas. A recente introdução do foie gras de pato na culinária francesa resultou em receitas que misturam tradições de outros países. Em outras partes do mundo, o foie gras é servido em formas mais exóticas, como o sushi de foie gras e o foie gras em bifes.
O foie gras pode ser saboreado com trufas ou licores. É comumente servido acompanhado por pães ou torradas. Muitas vezes é servido com um vinho de sobremesa, embora muitas pessoas o prefiram com vinho seco. O foie gras também pode vir acompanhado por uma salada.
Consumo
O foie gras é um prato luxuoso. Muitas pessoas na França o consomem apenas em ocasiões especiais, como o jantar de Natal ou réveillon, embora a crescente disponibilidade de foie gras tenha baixado seu preço.
O foie gras de pato é mais barato e, graças à maciça produção iniciada na década de 1950 é, de longe, o mais comum. O sabor do foie gras de pato é geralmente descrito como suave e subtamente amanteigado. O foie gras de ganso é notado por ser ainda mais suave.
Crueldade
Muitos contestam o método de alimentação dos gansos e patos, considerando-os forçados e cruéis. Eles usam o termo gavage, que em francês significa "estufado por alimentação em excesso" (e também é um termo médico para a alimentação daqueles que não podem fazê-los sozinhos). Após pressão política de organizações de direitos dos animais, certas jurisdições baniram a prática de gavage.
Muitos produtores de foie gras não consideram seus métodos cruéis, insistindo que é um processo natural que explora a capacidade do animal. Eles argumentam que patos e gansos ingerem grandes quantidades de alimento antes da migração. Salientam ainda que patos e gansos não possuem o reflexo de engasgar, não sentindo assim nenhum desconforto, mesmo quando o excesso de comida chega a sair pelos olhos e pela boca.
No final de 2003, uma coalisão francesa de grupos protetores dos direitos dos animais publicou a Proclamação pela Abolição do Gavage, clamando que a prática de alimentação forçada já é ilegal, baseando-se nas leis atuais de proteção aos animais na França e na União Européia. Entretanto, essas leis deixam muita margem à interpretação. O Conselho da União Européia publicou a Diretiva 98/58/EC em 20 de julho de 1998 concedendo proteção aos animais das fazendas. A diretiva estipula que "produtores ou donos de animais devem assegurar o bem dos animais e cuidar para que esses animais não sofram desnecessariamente".
O relatório científico da União Européia Comitê da Saúde Animal Sobre Aspectos da Produção de Foie Gras em Gansos e Patos, adotado em 16 de dezembro de 1998 é um relatório de 89 páginas de estudos oriundos de diversos países produtores. O relatório aponta que a mortalidade dos animais aumenta de 10 a 20 vezes durante o período de alimentação forçada. Além disso, enquanto as conseqüências da alimentação forçada em pássaros é reversível, o "nível de esteatose deveria ser considerado patológico".
O relatório da União Européia também enfatiza que a contínua alimentação forçada causa a morte prematura dos animais. Também reconhece que os produtores não colocam os fígados de seus pássaros em um estado patológico. O tempo de engorda dos fígados é cuidadosamente controlado para que o animal seja abatido antes que haja risco à saúde. Um animal que pára o processo de alimentação forçada retorna ao seu peso normal. Produtores e o relatório também respondem às críticas da crescente mortalidade ao notar que a mortalidade geral de patos e gansos na produção do foie gras é muito menor que nas fazendas que engordam galinhas e perus.
Algumas afirmações fisiológicas alegadas pelos produtores são contraditas no relatório da União Européia. Em resposta ao engasgo das aves, o relatório diz, "a área da orofaringe é particularmente sensível e é fisiologicamente adaptada para produzir um reflexo de engasgo para prevenir que fluidos entrem na traquéia. A alimentação forçada teria que contornar esse reflexo, já que para as aves isso é forçoso e pode ocasionar danos". Alguns críticos argumentam que os pássaros estariam melhores se fossem sedados antes de serem alimentados. Outros sugerem a remoção cirúrgica do fígado dos pássaros que morreram de causas naturais e então inseri-los em soluções de gelatina, álcool e manteiga.
Grupos de indústrias afimarm que a alimentação forçada não é cruel e mesmo que os animais apreciam esse tratamento. O comitê da União Européia levou adiante vários testes para detectar dor ou estresse através da observação dos hormônios e todos eles foram inconclusivos ou sem diferenças significativas. O comitê não observou quaisquer sinais de que os animais apreciavam a alimentação forçada, e observou que patos tentavam fugir quando seu alimentador entrava na sala. Entretanto, veterinários que trabalham em fazendas de foie gras têm observado um comportamento que indica que os animais apreciam a alimentação forçada.
Alguns produtores de foie gras dos Estados Unidos procuram proteção como "exceção cultural", semelhante às touradas no sul.
O foie gras é ilegal em muitos locais, e há legislação pendente em outros. Em agosto de 2003, a Suprema Corte de Israel declarou a produção de foie gras como crueldade animal, e tornou a produção ilegal a partir de março de 2005. Em 29 de setembro de 2004, o Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, assinou uma lei que irá banir a produção e a venda de foie gras oriundos de alimentação forçada de aves a partir de 2012. A lei permitiria a produção de foie gras por métodos considerados não-cruéis aos animais. Uma lei similar está pendente no estado de Nova Iorque. Esses são os dois únicos estados nos Estados Unidos com indústrias produtoras de foie gras.
A alimentação forçada é proibida nos seguintes países:
- Argentina
- Áustria (6 das 9 províncias)
- República Tcheca
- Dinamarca
- Finlândia
- Alemanha
- Irlanda
- Israel
- Luxemburgo
- Noruega
- Polônia (em 1999, era o quinto maior produtor mundial)
- Suécia
- Suíça
- Holanda
- Reino Unido
- Estados Unidos: na Califórnia, a partir de 2012
sexta-feira, setembro 22, 2006
espiritismo
A Doutrina espírita é uma corrente de pensamento - nascida em meados do século XIX - que se estruturou a partir de diálogos estabelecidos entre o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail e o que ele e muitos pesquisadores da época concluíram tratarem-se de espíritos de pessoas falecidas (desencarnados), a manifestar-se através de diversos médiuns.
Caracteriza-se pelo ideal de compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas clássicas de conhecimento, que são a científica, a filosófica e a religiosa. Cada uma delas, se tomada isoladamente, tenderia a conduzir a excessos de ceticismo, negação ou fanatismo. A doutrina espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre elas, visando à obtenção de uma forma original, a um só tempo mais abrangente e profunda, de compreender a realidade.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Equilibrio
Equilíbrio
O ser humano costuma ser advogado de si e juiz dos outros.
Ele dá desculpas pelas suas falhas, mas acusa os outros
pelos erros deles. O que preciso é
julgar a mim mesmo.
Ainda que os pesos sejam equivalentes nos dois pratos,
a qualidade da balança depende do rigor de ser fiel.
Se eu me tornar um observador isento, estarei apoiado
no ponto de equilíbrio - nem muito
envolvido nem
distante demais. Nesse ponto as decisões são
claras e eu assumo total responsabilidade de levá-las adiante.
Om Shanti
Muita energia positiva para você.
quarta-feira, setembro 06, 2006
lilith
Lilith: A Rainha da Noite.
Parte I
Lilith aparece no Tanak, quando Isaías, ao descrever a
vingança de Deus
durante a qual a terra de Édom seria transformada num
deserto, proclamou
isso como um sinal de desolação: "Lilith repousará lá
e encontrará seu
local de descanso" (Isaías 34:14) A Bíblia de
Jerusalém apresenta Isaías
34, 14-17 da seguinte forma:
14 Os gatos selvagens conviverão aí com as hienas,
os sátiros chamarão os seus companheiros.
Ali descansará Lilith,
e achará um pouso para si.
15 Ali a serpente fará o seu ninho, porá os seus ovos,
chocá-los-á e recolherá à sua sombra a sua ninhada.
Também ali se encontrarão as aves de rapina (corujas),
cada uma com a sua companheira.
16 Buscai no livro de Iahweh e lede:
nenhum deles faltará,
nenhum deles ficará sem o seu companheiro,
porque assim ordenou a sua boca;
o seu espírito os ajuntou.
17 Ele mesmo lançou a sorte para eles,
a sua mão distribuiu-lhes, com o cordel, a porção de
cada um.
Eles a possuirão para sempre,
de geração em geração a habitarão.
Esta passagem refere-se a futura desolação de Édom,
por causa da forma como
trataram Israel, quando Deus jogar seu poder sobre
este povo. O contexto na
profecia é a predicação que a terra dos Moabitas se
tornará um deserto
desolado.
A palavra no texto em Hebraico aqui é "Lilith" mas
infelizmente ela é um
hapax legomenon (uma palavra que ocorre apenas uma vez
no Antigo
Testamento). Por isso não podemos determinar seu
significado por comparação
com outros usos na Bíblia. — Então somos forçados a
recorrer à linguagens
cognatas (Akkadian, Aramaico, Ugaritic, etc.), versões
(traduções mais
antigas) ou à tradição judaica para determinar seu
significado.
Consultando-se outras fontes de tradição hebraica,
pode-se chegar à
conclusão de que quando é dito "os sátiros chamarão os
seus companheiros"
(a palavra hebraica aqui traduzida como "Sátiros" é
"se'ir") está-se
falando de Samael e outros demônios. Depois aparece a
companheira dele:
"Ali descansará Lilith". Em seguida fica o veredicto
de que a terra de Édon
- a que se referia todo o texto - seria a futura
morada dos demônios e
daqueles animais considerados impuros "eles a
possuirão para sempre".
A tradução 'criaturas da noite', que aparece em
algumas versões para outras
línguas, representa uma especulação, uma tentativa de
ler 'lilith' baseado
em sua similaridade com a palavra hebraica "laylah"
(noite). As tradições
de Lilith também, as vezes, fazem esta conecção
etimológica —
particularmente desde que uma de seus papéis é o de
succubus, e ela foi
muitas vezes associada com corujas, como nesta
passagem.
[Se formos comparar as diversas versões e traduções da
Bíblia atual,
descobrimos que em muitas delas "Lilith" não aparece
em Isaías 34: 14-15.
A diferença entre esta tradução e outras refere-se a
uma diferença
fundamental na tradução filosófica da Bíblica. —
Algumas versões tem uma
abordagem de tradução, especialmente no Tanak (a parte
Hebraica, Antigo
Testamento) que pretende naturalizar algumas
referências de criaturas
mitológicas ou sobrenaturais, exceto anjos,
substituindo-as por animais
conhecidos. Por exemplo, pode-se encontrar Bíblias que
traduzem 'leviathan'
como 'crocodilo', 'behemoth' como 'peixe-boi', etc.
Mas o problema de
Lilith é ainda mais complexo daquele de behemoth ou
leviathan, pois estes
são pelo menos bem descritos nos capítulos 40 e 41 de
Jó. Leviathan é
mencionado algumas vezes (Jó 3:8 Jó 41:1 Salmos 74:14
Salmos 104:26 e
Isaías 27:1) e também behemoth é um hapax legomenon
mas nós temos uma
descrição completa deles, o que não é o caso com
Lilith.
Note que as traduções também diferem na tradução de
'se'ir' — isto é um
bode ou um bode/demônio/sátiro? Suponho que o
significado de 'se'ir' tem
sido determinado pelo significado de 'lilith'. Se
'lilith' é uma demônia,
então 'se'ir' deve ser alguma espécie de demônio. Por
outro lado, se
'lilith' é algum tipo de animal indeterminado, então
se'ir é um bode].
A tradição judaica, claro, aponta-nos na direção da
criatura mitológica.
Um fragmento da antiga comunidade de Qumran contendo
menção de Lilith
(4QCânticos do Instrutor/ 4QShir — 4Q510 frag. 11.4-6a
// frag. 10.1f), foi
encontrado nos Manuscritos do Mar Morto. Esta passagem
é claramente
baseada em Isaías 34:14 e pode ajudar a compreender o
real significado do
texto:
E Eu, o Instrutor,
proclamo a majestade de seu esplendor
a fim de assustar e ater[rorizar]
todos os espíritos dos anjos da destruição
e os espíritos bastardos,
demônios, Liliths, corujas e [chacais...]
e aqueles que atacam inesperadamente
para desviar, desencaminhar o espírito de
conhecimento...
11QPsAp
Aqui há dois pontos de interesse para nós. O primeiro
é que o contexto
deixa claro que a comunidade que produziu isto vê a
passagem de Isaías como
referindo-se ao demoníaco mais do que animais do
deserto. Segundo, aqui,
nós temos 'liliths' no plural, ao contrário de Isaias,
no singular.
Provavelmente isto não é apenas uma licença poética,
pois a tradição diz —
e o próprio texto de Isaías da a entender claramente —
que Lilith teria
filhos, cujas fêmeas são tradicionalmente chamadas de
Liliths e os machos
de Lillim, sendo que este termo aparece no Targum
Jerushalami [1], a bênção
sacerdotal dos Números, VI, 26 que contém esta versão:
"O Senhor te abençoe em todo ato teu e te proteja dos
Lillim!"
Segundo Alan Unterman (Dictionary of Jewish Lore &
Legend) há um costume,
ainda praticado em Jerusalém, de espantar esses filhos
do corpo morto de
seu pai, andando em círculo com o cadáver antes do
sepultamento e atirando
moedas em diferentes direções para distrair os filhos
demônios.
Entretanto, para sabermos mais a respeito dos filhos
de Lilith, teremos de
recorrer ao Talmude [2] (coleção de tradições
rabínicas que interpretam a
lei de Moisés), que — em duas ocasiões — fala sobre
estes seres. A primeira
referência fala de sua origem:
«Rabbi Jeremia ben Eleazar falou, "Durante aqueles
anos (depois de sua
expulsão do jardim), nos quais Adão, o primeiro homem,
esteve separado de
Eva, ele tornou-se o pai de ghouls e demônios e
lilin." Rabbi Meir falou,
"Adão, o primeiro homem, tornou-se muito devoto e
descobriu que ele havia
causado morte, que viria ao mundo, fez abstinência por
130 anos, e ele
próprio afastou-se de sua esposa por 130 anos, e
cultivou figueiras de
vinho por 130 anos. Sua paternidade dos espíritos
malignos, referidos aqui,
tornou-se um resultado de sonhos molhados.» (b. Erubin
18b)
A segunda referência faz apenas menção da morte de um
filho específico,
Hormin, mas não se estende sobre o assunto:
«Rabba bar bar Hana falou, "Eu uma vez vi Hormin, um
filho de Lilith,
correndo nas muralhas de Mahoza.... Quando o demoníaco
governante soube
disso, eles mataram-no [para exibir-se]."» (b. Baba
Bathra 73a-b)
O Talmud também da breves descrições de Lilith:
«Lilith é uma demônia com
aparência humana exceto que ela possui asas.» (b.
Nidda 24b); «Lilith
desenvolveu longos cabelos.» (b. Erubin 100b) E
aconselha:
«Rabbi Hanina falou, "Nenhum homem pode dormir só em
uma casa; quem quer
que durma só em uma casa, será pego por Lilith"» (b.
Shab. 151b)
Este trecho aconselha os homens a casarem-se, para
poderem dormir com suas
esposas e não sofrerem com o desejo. Do contrário,
Lilith viria copular com
eles durante o sono para gerar filhos Lillim. Apesar
disso, não faltaram
homens para "dormirem sós". A obra Jewish Folktales
retomou um antigo conto
judaico "Lilith e a Folha de Capin", que fala sobre um
judeu que não seguiu
este conselho do Talmud:
Certa vez um judeu foi seduzido por Lilith e ficou
enfeitiçado por seus
encantos. Mas ele estava muito perturbado com isso, e
então foi ao Rabino
Mordecai de Neschiz para pedir ajuda.
Mas o rabino sabia por clarividência que o homem
estava vindo, e avisou a
todos os judeus da cidade para não deixa-lo entrar em
suas casas ou dar-lhe
lugar para dormir. Assim, quando o homem chegou não
encontrou nenhum lugar
para passar a noite e deitou-se num monte de feno num
quintal. À
meia-noite, Lilith apareceu e sussurrou-lhe:
— Meu amor, saia desse feno e venha até aqui.
— Por que eu deveria ir até você? — perguntou o homem
— Você sempre vem a
mim.
— Meu amor, nesse monte de feno há uma folha de capim
que me causa alergia.
— Então — disse o homem — por que você não me mostra?
Eu a jogo fora e você
pode vir.
Assim que Lilith a mostrou, ele pegou a folha de capim
e enrolou-a em volta
do pescoço, livrando-se para sempre do domínio dela.
Por vezes, Lilith atacava mesmo os homens casados e,
para combatê-la, os
judeus desenvolveram rituais elaborados para bani-la
de suas casas. Tenho
aqui três exemplos, o primeiro trata-se de um amuleto
persa com Lilith no
centro, circundada por um texto profilático em
Aramaico. (The Semetic
Museum, Harvard University):
«Vocês estão atados e selados, todos vocês demônios,
diabos e liliths,
forte e poderosamente presos, assim como estão presos
Sison e Sisin... A
maligna Lilith, que faz os corações dos homens
perderem-se e aparece nos
sonhos noturnos e nas visões do dia, que queima e
derruba com pesadelo,
ataca e mata crianças, meninos e meninas. Ela está
dominada e selada fora
da casa e moradia de Bahram-Gushnasp filho de
Ishtar-Nahid pelo talismã de
Metatron, o grande príncipe, que é chamado O Grande
Curandeiro da
Misericórdia... que vence demônios e diabos, artes
negras e poderes da
bruxaria. Afasta-os da casa e moradia de
Bahram-Gushnasp, filho de
Ishtar-Nahid. Amém, Amém, Selah.
Vencidas estão as artes negras e os poderes da
bruxaria. Vencida a mulher
feiticeira, ela, suas bruxarias e seus ataques, suas
maldições e suas
invocações, e afastadas das quatro paredes da casa de
Bahram-Gushnasp, o
filho de Ishtar-Nahid. Vencida e jogada abaixo está a
mulher feiticeira -
vencida na Terra e vencida no céu. Vencidas estão suas
constelações e
estrelas. Atados estão os trabalhos de suas mãos.
Amém, Amém, Selah.»
Aqui vemos a associação de Lilith com outros seres
demoníacos, menção
contra a pratica da astrologia "Vencidas estão suas
constelações e
estrelas", bruxaria e encantamentos - o que envolvia
não só bruxedos em
geral mas também a pratica da sedução, fascinação e
até mesmo a
prostituição.
O "exorcismo" de Lilith e de quaisquer espíritos que a
acompanhavam muitas
vezes tomava a forma de um mandado de divórcio,
expulsando-os nus noite
adentro. É disto que trata os outros 2 exemplos
seguintes (Lilith recebe
Divórcio):
Este é o guet para demônios e espíritos e Satã
... e Lilith em ordem de bani-los de ... toda a casa.
Yah ...interrompa o Rei dos demônios
... a grande governante das liliths.
Eu adjuro você ... seja você macho ou fêmea,
Eu adjuro você....
Assim como os demônios escrevem cartas de divórcio
E dão-nas para suas esposas e não retornam para elas,
Então pegue sua carta de divórcio,
Aceite sua quantia de sustento [ketubá],
E vá e deixe e parta da casa....
Amém, Amém, Amém, Selah.
O hebraísmo, em certos casos, admite o divórcio (em
hebraico "guerushin")
[3]. A iniciativa é tomada pelo marido, que da a sua
mulher um documento de
divórcio chamado guet. Esse documento pode ser dado
mesmo se a mulher
discordar. Após o divórcio, a quantia de sustento
estipulada no contrato de
casamento (ketubá) é paga pelo marido. Vejamos agora
um outro guet em forma
de amuleto contra Lilith (University Museum,
University of Pennsylvania):
«Este amuleto está designado em nome do Senhor das
salvações, pelo
selamento da casa deste Geyonai bar Mamai, que aqui
escapa da maligna
Lilith. Em nome de "YHWH-El foi dispersado"; a Lilith,
o macho lilin, as
fêmeas liliths, a Bruxa, e o Ladrão; os três de vocês,
os quatro de vocês e
os cinco de vocês.
Despidos estão vocês, enviados para longe. Nem você
está vestida, com seus
cabelos desalinhados que deixa voar atrás de suas
costas.
Isto é feito conhecido para você, cujo pai é chamado
Palhas e cuja mãe é
Pelahdad:
Escuta, obedece e saia da casa e moradia deste Geyonai
bar Mamai e de
Rashnoi sua esposa, filha de Marath.... Estejam
informados com isto que
Rabbi Joshua bar Perahia enviou o banimento conta
vocês.... Uma carta de
divórcio [guet] desceu para nós do paraíso, e nesta é
encontrado escrito
seu aviso e sua intimação, em nome do Palsa-Pelisa
["Divorciador-Divorciado"], que rende a vós teus
divórcios e tuas
separações. Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith,
Bruxa e Ladrão,
estejam incluídos no banimento... de Joshua bar
Perahia, que tem assim
falado: Uma carta de divórcio que cruzou o mar veio
para vocês... Saibam
disto e deixem a casa e moradia deste Geyonai bar
Mamai, e de Rashnoi sua
esposa, a filha de Marath.
Vocês não podem aparecer para eles novamente, tanto
nos sonhos à noite
quanto no repouso de dia, porque vocês estão selados
com o signo de
El-Shaddai, e com o signo da casa de Joshua bar
Perahia e pelos Sete que
estão depois dele.
Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith, Bruxa e
Ladrão, Eu adjuro vocês
pelo forte [Deus] de Abbraham, pela rocha de Isaac,
pelo Shaddai de Jacob,
Por Yah [que é] seu nome..., Por Yah sua memória... Eu
adjuro vocês à
despedirem-se deste Geyonai bar Mamai, e de Rashnoi
sua esposa, a filha de
Marath. O divórcio, escrita e carta de separação de
vocês (foi)... Enviado
através de santos anjos... Os Exércitos de fogo nos
astros, a Carruagem de
El-Panim depois de sua duração, as bestas adorando no
fogo de seu trono e
na água... Amém, Amém, Selah, Aleluia!»
Os dois amuletos apresentados anteriormente contém um
desenho tosco no
centro, representando Lilith. Em ambos ela apresenta,
longos cabelos,
cintura fina, ancas largas e está com os braços
cruzados sobre o corpo. No
primeiro ela está de saia xadrez, com o busto exposto.
O rosto de ambas dão
a vaga impressão de faces de corujas. A segunda figura
usa um incrementado
vestido e ornamentos. No geral apresenta um óbvio
propósito de sedução
(apesar das figuras serem excessivamente mal feitas,
aparentando-se aos
rabiscos de uma criança no papel).
Lilith no Alfabeto de Bem Sira (sua origem e amuletos
de proteção):
Uma outra fonte importante da tradição judaica sobre
Lilith e os Lillim é o
Alfabeto de Ben Sira, onde encontramos a mais
conhecida história da origem
de Lilith — como "a primeira esposa de Adão". [É
interessante notar que no
Alfabeto de Ben Sira Lilith reivindica igualdade
alegando que, assim como
Adão, ela foi feita da terra; ou seja, não saiu da
costela de Adão como
Eva, portanto não era uma parte dele. Talvez a mulher
por cima revelasse
uma superioridade hierárquica ou ainda, Lilith por
cima de Adão sugerisse o
sexo por prazer, sem procriação (pois na antigüidade
acreditava-se que era
mais difícil para a mulher engravidar se copulasse por
cima). O que Adão
exigia era sexo apenas com a finalidade de
procriação]. Estudiosos tendem
a datar o Alfabeto entre os séculos 8 e 10, CE [4]..
Entretanto, alguns
pesquisadores sustentam que a história em si possa ser
mais antiga:
Logo após o jovem filho do rei ficar doente, falou
Nabucodonozor, "Cure meu
filho. Se você não fizer, eu o matarei." Ben Sira
imediatamente sentou-se
escreveu um amuleto com o Nome Sagrado, e nele
inscreveu os anjos
encarregados da medicina por seus nomes, formas e
imagens, e por seus
flancos, mãos, e pés. Nabucodonozor olhou para o
amuleto (e perguntou) "O
que é isto?"
(Ben Sira respondeu:) "Os anjos que são encarregados
da medicina: Snvi,
Snsvi, e Smnglof [Pronuncia-se Sanvi, Sansavi e
Semengalef ]. Depois que
Deus criou Adão, que estava só, Ele disse, 'não é bom
para o homem estar
só' (Gen. 2:18). Então Ele criou a mulher para Adão,
da terra, assim como
Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a Lilith.
Adão e Lilith começaram
a brigar. Ela disse, 'Eu não vou deitar por baixo,' e
ele disse, 'Eu não
vou deitar por baixo de você, mas apenas acima. Para
você é adequado apenas
estar na posição inferior, portanto apenas eu estarei
na superior.' Lilith
respondeu, 'Nós somos reciprocamente iguais tanto que
ambos fomos criados
da terra.' Mas eles não ouviam um ao outro. Quando
Lilith disse isso,
pronunciou o Nome Inefável e voou para longe no ar.
Adão ficou em prantos
depois (falou a) seu Criador: 'Soberano do universo!'
disse ele, 'a mulher
que você deu-me foi embora.' De uma vez, o Santo
Senhor, bendito seja Ele,
enviou estes três anjos para traze-la de volta.
"Disse o Santo Senhor para Adão, 'Se ela concordar
voltar, (está tudo) bem.
Se não ela deve permitir que uma centena de suas
crianças morram todos os
dias.' Os anjos deixam Deus e seguiram Lilith, a quem
eles pegaram no meio
do mar, nas poderosas águas nas quais os Egípcios
estavam destinados a
afogarem-se. Eles falaram-na as palavras de Deus, mas
ela não queria
retornar. Os anjos disseram, 'Nós iremos afogar você
no mar.'
"Deixem-me!!' ela disse. 'Eu fui criada apenas para
causar doenças às
crianças. Se a criança é macho, eu tenho domínio sobre
ele por oito dias
depois de seu nascimento, e se fêmea, por vinte dias.'
"Quando os anjos ouviram as palavras de Lilith eles
insistiram que ela
voltasse. Mas ela jurou à eles pelo nome do Deus vivo
e eterno: 'Sempre
que eu ver vocês ou seus nomes ou suas formas em um
amuleto, eu não terei
poder sobre esta criança.' Ela também concordou ter
uma centena de suas
crianças mortas todo dia. De acordo (com isto), todo
dia uma centena de
demônios pereciam, e pela mesma razão, nós escrevemos
os nomes dos anjos
nos amuletos de jovens crianças. Quando Lilith vê seus
nomes, ela lembra-se
de seu juramento, e a criança restabelece-se."
[Alfabeto de Ben Sira
Questão #5 (23a-b)]
Esta versão da origem de Lilith ficou amplamente
conhecida de forma que até
hoje existe o costume, entre algumas pessoas, de
utilizar um amuleto [5]
com o nome dos três anjos para proteger crianças.
Alan Unterman diz em seu "Dicionário Judaico de Lendas
e Tradições" que
«Lilith é uma figura sedutora com longos cabelos, que
voa como uma coruja
noturna para atacar aqueles que dormem sozinhos, para
ter filhos demônios
dos homens por meio de suas poluções noturnas, para
roubar crianças e para
fazer mal a bebês recém-nascidos. Se não consegue
consumir crianças humanas
ela come até mesmo sua própria prole demoníaca. Como
proteção contra ela
costumava-se pendurar amuletos e talismãs na parede e
sobre a cama para
mantê-la afastada ou pregar amuletos com as palavras
"Adão e Eva excluindo
Lilith" nas paredes da casa em que uma mulher se
preparava para o
nascimento do filho. A porta do quarto das crianças
tinha os nomes dos três
anjos escritos sobre ela, e, às vezes, cercava-se o
quarto com um círculo
de carvões ardentes. Nas vésperas de Shabat e da lua
nova, quando uma
criança sorri é porque Lilith está brincando com ela.
Para livrá-la de
qualquer mal, deve-se bater de leve três vezes em seu
nariz pronunciando-se
uma fórmula de proteção contra Lilith. Na Idade Média
era considerado
perigoso beber água nos solstícios e equinócios,
porque nessa época o
sangue menstrual de Lilith pingava, poluindo líquidos
expostos.»
Como foi visto, segundo a tradição, Lilith ataca as
mulheres no parto e
causa a morte dos infantes, pois tem inveja da alegria
da maternidade. Ela
constitui assim uma ameaça ao embrião. Por isso, no
passado, o processo de
nascimento era cercado de práticas mágicas com a
intenção de proteger a mãe
e o filho das forças demoníacas. (Também se
sussurravam sortilégios no
ouvido das mulheres para facilitar o trabalho de
parto).
Amuletos contra Lilith costumam trazer nomes de anjos
encarregados da
medicina, como Sanvi, Sansavi e Samangelaf, Gabriel ou
mais raramente
Metraton mas também outros tipos podem aparecer:
"Os judeus baniram essa primeira esposa de Adão,
escrevendo nas paredes
'Adam chava chuz Lilith' ['Afaste-se daqui, Lilith!]
(John Praetorius.
Anthropodemus Plutonicus. 1666).
Um talismã típico é um círculo mágico no qual as
palavra "Eva e Adão"
barram a entrada de Lilith, habitualmente escritas com
carvão na parede do
aposento onde a criança está e em cuja porta estão
escritos os nomes dos
três anjos. A alternativa: "Não deixem Lilith entrar
aqui" costuma ser
escrita na cabeceira da cama da mulher que espera um
filho, usando-se tinta
vermelha. Em muitas partes do mundo atual há pessoas
que ainda usam
amuletos como estes.
[1] Targum (aramaico, significa "tradução") são
traduções comentadas da
Bíblia em aramaico. Um targum pode ser bem literal ou
constituir quantidade
considerável de midrash. As traduções da Torá eram
feitas originalmente
linha a linha, por tradutores profissionais, à medida
que se lia o
Pentateuco na sinagoga. Fazia-se assim para permitir
que os judeus falantes
do aramaico, que não entendiam hebraico,
compreendessem o texto.
[2] As citações do Talmud foram retiradas das
traduções de I. Epstein. (The
Babylonian Talmud. London: Socino Press, 1978) e
Raphael Patai, Patai81,
pp. 184f. O Talmud (hebraico, significa "estudo")
constitúi a obra mais
importante da Torá oral, editada sob a forma de um
longo comentário em
aramaico sobre sessões da mishná. O Talmud também é
conhecido por seu nome
aramaico, Guemará, que veio a ser amplamente usado
para evitar a crítica
dos censores cristãos do Talmud. O Talmud foi redigido
numa versão
palestina (Ierushalmi, literalmente "de Jerusalém") em
c. 400 d.C., e numa
versão babilônia mais autorizada (Bavli), cerca de 100
anos depois. As duas
recensões do Talmud refletem diferenças entre as
condições sociais e pontos
de vista das comunidades da Terra Santa e da
Babilônia. As leis agrícolas,
relevantes para os agricultores judeus da Palestina,
ocupam lugar
proeminente no Talmud da Palestina, mas não no
babilônio. Este último tinha
uma tradição de demonologia muito mais desenvolvida
que a do primeiro,
refletindo a cultura babilônica. Ambos os Talmuds
tratam principalmente da
halachá, mas cerca de um terço do Bavli e um terço do
Ierushalmi focalizam
a agadá, o que envolve não só teologia mas também
midrash, folchore,
medicina, astrologia, magia, provérbios e histórias
sobre rabinos
talmúdicos. O estudo da Torá deve ser feito num
enfoque mental de
seriedade, mas o Talmud deve ser abordado com mais
brilho e vivacidade, e
seu texto estudado de forma melopéica, usando-se
melodias tradicionais. O
Talmud babilônio é a principal matéria de estudo nas
academias de ieshivá,
onde os professores geralmente usam um método
dialético de exegese em suas
incursões aventurosas no que é chamado de "o Mar do
Talmud".
[3] Houve divergências no início do período rabínico
quanto às
circunstâncias exatas em que a Torá permite o divórcio
(Deut.24). A escola
conservadora de Shamai o proibia, exceto em casos de
má conduta sexual da
mulher (adultério), quando o marido é obrigado a se
divorciar dela. A
escola de Hilel o permitia se a mulher se comportasse
de maneira imprópria,
por exemplo, estragando a comida do marido, e a
ulterior halachá seguiu a
opinião de Akiva de que um homem pode divorciar-se de
sua mulher até por
ter encontrado outra que ele prefira àquela. A falta
de filhos também é
motivo de divórcio.
[4] Ben Sira: Texto grego dos apócrifos baseado num
original hebraico,
considerado parte do cânon das escrituras por algumas
denominações cristãs.
Ben Sira é uma coleção de provérbios e máximas, como
os da bíblica
Literatura de Sabedoria. O autor Simão (ou
Josué/Jesus) Ben Sira, revela
uma tendência marcante para as idéias religiosas dos
fariseus, enfatizando
a grandeza de Israel e a fruição dos prazeres deste
mundo dentro dos
limites proscritos. A obra é altamente considerada na
literatura rabínica e
houve, até, uma tentativa infrutífera de incluí-la no
cânon hebraico. Sua
leitura em público, no entanto, foi posteriormente
proibida, para evitar
que fosse confundida com a Escritura. Um tesouro em
manuscritos foi
descoberto numa guenizá do Cairo, depois que um
erudito inglês, Solomon
Shechter, teve acesso a uma página de um original
hebraico de Ben Sira
proveniente de lá. Entre os manuscritos que ele
recuperou estava uma grande
parte do original de Ben Sira.
[5] Haviam amuletos (em hebraico "kemea") utilizados
como proteção contra
demônios, mau olhado, doença, combater hemorragia
nasal, incêndios,
assaltantes, inimigos, para fazer uma mulher estéril
conceber, tornar fácil
o parto, garantir a felicidade de um recém nascido,
obter sabedoria e
diversos outros fins. Esses amuletos são textos e
desenhos geralmente
escritos em pequenos pedaços de pergaminho e incluem
sinais mágicos,
permutações de letras e os nomes de Deus (Agla,
Tetragramaton, etc.) ou de
anjos como o de Rafael, Mikael, etc. O amuleto é usado
em volta do pescoço
ou às vezes pendurado numa parede de casa. Para que um
amuleto seja
considerado eficaz, tem que ser escrito por uma pessoa
santa (segundo a
tradição judaica), exímia na prática da Cabala. Se ele
se mostrar eficaz na
cura de alguém em três ocasiões diferentes, será
então, comprovadamente,
considerado um amuleto. Embora, aparentemente,
amuletos tenham sido
amplamente usados no período talmúdico, Maimônides e
outros rabinos de
mente mais voltada para a filosofia, como Ezequiel
Landau, opunham-se a
eles, considerando-os superstições vazias. Seu uso, no
entanto, foi apoiado
pelos místicos e pela crença popular. Até mesmo os
cristãos buscavam
amuletos com os judeus na Idade Média.
terça-feira, agosto 29, 2006
limpeza
Limpeza
Tenham amor profundo pela limpeza.
Um jardineiro limpa todo o lixo, junta em um canto
e depois o queima. Ele cuida para não criar muita
fumaça e estragar a atmosfera. Da mesma forma,
torne seu jardim interno tão bonito que Deus queira
vir para dar uma caminhada nele.
Queimem tudo de modo que nada reste além das cinzas.
Façam tudo no momento certo para que não haja
perturbação ou fumaça no ar. Sentem-se em solitude
pacificamente, juntem o lixo e então queimem tudo.
Assim vocês receberão poder extra.
Dadi Janki
Muita energia positiva para você.
segunda-feira, agosto 28, 2006
positividaDE
Uma abordagem positiva, uma profunda fé em uma causa, um profundo amor em uma tarefa, são as forças que trazem unidade às forças conflitantes e nos incita a colocar o esforço na direção da nossa meta. Somos mestres dos nossos pensamentos, construtores do nosso futuro. Podemos enfrentar dificuldades, mas nossos pensamentos positivos nos capacitam a fazer ainda mais esforço, apesar dos aparentes fracassos. No final, nossa tenacidade e perseverança serão recompensadas.
BK WickyBe a Leader Through Positive Thinking, The World Renewal 31(10), 2001
Muita energia positiva para você.
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