sexta-feira, setembro 22, 2006

espiritismo

A Doutrina espírita é uma corrente de pensamento - nascida em meados do século XIX - que se estruturou a partir de diálogos estabelecidos entre o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail e o que ele e muitos pesquisadores da época concluíram tratarem-se de espíritos de pessoas falecidas (desencarnados), a manifestar-se através de diversos médiuns.

Caracteriza-se pelo ideal de compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas clássicas de conhecimento, que são a científica, a filosófica e a religiosa. Cada uma delas, se tomada isoladamente, tenderia a conduzir a excessos de ceticismo, negação ou fanatismo. A doutrina espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre elas, visando à obtenção de uma forma original, a um só tempo mais abrangente e profunda, de compreender a realidade.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Equilibrio

Equilíbrio

O ser humano costuma ser advogado de si e juiz dos outros.
Ele dá desculpas pelas suas falhas, mas acusa os outros
pelos erros deles. O que preciso é
julgar a mim mesmo.
Ainda que os pesos sejam equivalentes nos dois pratos,
a qualidade da balança depende do rigor de ser fiel.
Se eu me tornar um observador isento, estarei apoiado
no ponto de equilíbrio - nem muito
envolvido nem
distante demais. Nesse ponto as decisões são
claras e eu assumo total responsabilidade de levá-las adiante.

Om Shanti


Muita energia positiva para você.

quarta-feira, setembro 06, 2006

lilith

Lilith: A Rainha da Noite.
Parte I

Lilith aparece no Tanak, quando Isaías, ao descrever a
vingança de Deus
durante a qual a terra de Édom seria transformada num
deserto, proclamou
isso como um sinal de desolação: "Lilith repousará lá
e encontrará seu
local de descanso" (Isaías 34:14) A Bíblia de
Jerusalém apresenta Isaías
34, 14-17 da seguinte forma:

14 Os gatos selvagens conviverão aí com as hienas,
os sátiros chamarão os seus companheiros.
Ali descansará Lilith,
e achará um pouso para si.
15 Ali a serpente fará o seu ninho, porá os seus ovos,
chocá-los-á e recolherá à sua sombra a sua ninhada.
Também ali se encontrarão as aves de rapina (corujas),
cada uma com a sua companheira.
16 Buscai no livro de Iahweh e lede:
nenhum deles faltará,
nenhum deles ficará sem o seu companheiro,
porque assim ordenou a sua boca;
o seu espírito os ajuntou.
17 Ele mesmo lançou a sorte para eles,
a sua mão distribuiu-lhes, com o cordel, a porção de
cada um.
Eles a possuirão para sempre,
de geração em geração a habitarão.

Esta passagem refere-se a futura desolação de Édom,
por causa da forma como
trataram Israel, quando Deus jogar seu poder sobre
este povo. O contexto na
profecia é a predicação que a terra dos Moabitas se
tornará um deserto
desolado.
A palavra no texto em Hebraico aqui é "Lilith" mas
infelizmente ela é um
hapax legomenon (uma palavra que ocorre apenas uma vez
no Antigo
Testamento). Por isso não podemos determinar seu
significado por comparação
com outros usos na Bíblia. — Então somos forçados a
recorrer à linguagens
cognatas (Akkadian, Aramaico, Ugaritic, etc.), versões
(traduções mais
antigas) ou à tradição judaica para determinar seu
significado.
Consultando-se outras fontes de tradição hebraica,
pode-se chegar à
conclusão de que quando é dito "os sátiros chamarão os
seus companheiros"
(a palavra hebraica aqui traduzida como "Sátiros" é
"se'ir") está-se
falando de Samael e outros demônios. Depois aparece a
companheira dele:
"Ali descansará Lilith". Em seguida fica o veredicto
de que a terra de Édon
- a que se referia todo o texto - seria a futura
morada dos demônios e
daqueles animais considerados impuros "eles a
possuirão para sempre".
A tradução 'criaturas da noite', que aparece em
algumas versões para outras
línguas, representa uma especulação, uma tentativa de
ler 'lilith' baseado
em sua similaridade com a palavra hebraica "laylah"
(noite). As tradições
de Lilith também, as vezes, fazem esta conecção
etimológica —
particularmente desde que uma de seus papéis é o de
succubus, e ela foi
muitas vezes associada com corujas, como nesta
passagem.
[Se formos comparar as diversas versões e traduções da
Bíblia atual,
descobrimos que em muitas delas "Lilith" não aparece
em Isaías 34: 14-15.
A diferença entre esta tradução e outras refere-se a
uma diferença
fundamental na tradução filosófica da Bíblica. —
Algumas versões tem uma
abordagem de tradução, especialmente no Tanak (a parte
Hebraica, Antigo
Testamento) que pretende naturalizar algumas
referências de criaturas
mitológicas ou sobrenaturais, exceto anjos,
substituindo-as por animais
conhecidos. Por exemplo, pode-se encontrar Bíblias que
traduzem 'leviathan'
como 'crocodilo', 'behemoth' como 'peixe-boi', etc.
Mas o problema de
Lilith é ainda mais complexo daquele de behemoth ou
leviathan, pois estes
são pelo menos bem descritos nos capítulos 40 e 41 de
Jó. Leviathan é
mencionado algumas vezes (Jó 3:8 Jó 41:1 Salmos 74:14
Salmos 104:26 e
Isaías 27:1) e também behemoth é um hapax legomenon
mas nós temos uma
descrição completa deles, o que não é o caso com
Lilith.
Note que as traduções também diferem na tradução de
'se'ir' — isto é um
bode ou um bode/demônio/sátiro? Suponho que o
significado de 'se'ir' tem
sido determinado pelo significado de 'lilith'. Se
'lilith' é uma demônia,
então 'se'ir' deve ser alguma espécie de demônio. Por
outro lado, se
'lilith' é algum tipo de animal indeterminado, então
se'ir é um bode].
A tradição judaica, claro, aponta-nos na direção da
criatura mitológica.
Um fragmento da antiga comunidade de Qumran contendo
menção de Lilith
(4QCânticos do Instrutor/ 4QShir — 4Q510 frag. 11.4-6a
// frag. 10.1f), foi
encontrado nos Manuscritos do Mar Morto. Esta passagem
é claramente
baseada em Isaías 34:14 e pode ajudar a compreender o
real significado do
texto:

E Eu, o Instrutor,
proclamo a majestade de seu esplendor
a fim de assustar e ater[rorizar]
todos os espíritos dos anjos da destruição
e os espíritos bastardos,
demônios, Liliths, corujas e [chacais...]
e aqueles que atacam inesperadamente
para desviar, desencaminhar o espírito de
conhecimento...

11QPsAp

Aqui há dois pontos de interesse para nós. O primeiro
é que o contexto
deixa claro que a comunidade que produziu isto vê a
passagem de Isaías como
referindo-se ao demoníaco mais do que animais do
deserto. Segundo, aqui,
nós temos 'liliths' no plural, ao contrário de Isaias,
no singular.
Provavelmente isto não é apenas uma licença poética,
pois a tradição diz —
e o próprio texto de Isaías da a entender claramente —
que Lilith teria
filhos, cujas fêmeas são tradicionalmente chamadas de
Liliths e os machos
de Lillim, sendo que este termo aparece no Targum
Jerushalami [1], a bênção
sacerdotal dos Números, VI, 26 que contém esta versão:


"O Senhor te abençoe em todo ato teu e te proteja dos
Lillim!"

Segundo Alan Unterman (Dictionary of Jewish Lore &
Legend) há um costume,
ainda praticado em Jerusalém, de espantar esses filhos
do corpo morto de
seu pai, andando em círculo com o cadáver antes do
sepultamento e atirando
moedas em diferentes direções para distrair os filhos
demônios.
Entretanto, para sabermos mais a respeito dos filhos
de Lilith, teremos de
recorrer ao Talmude [2] (coleção de tradições
rabínicas que interpretam a
lei de Moisés), que — em duas ocasiões — fala sobre
estes seres. A primeira
referência fala de sua origem:

«Rabbi Jeremia ben Eleazar falou, "Durante aqueles
anos (depois de sua
expulsão do jardim), nos quais Adão, o primeiro homem,
esteve separado de
Eva, ele tornou-se o pai de ghouls e demônios e
lilin." Rabbi Meir falou,
"Adão, o primeiro homem, tornou-se muito devoto e
descobriu que ele havia
causado morte, que viria ao mundo, fez abstinência por
130 anos, e ele
próprio afastou-se de sua esposa por 130 anos, e
cultivou figueiras de
vinho por 130 anos. Sua paternidade dos espíritos
malignos, referidos aqui,
tornou-se um resultado de sonhos molhados.» (b. Erubin
18b)

A segunda referência faz apenas menção da morte de um
filho específico,
Hormin, mas não se estende sobre o assunto:

«Rabba bar bar Hana falou, "Eu uma vez vi Hormin, um
filho de Lilith,
correndo nas muralhas de Mahoza.... Quando o demoníaco
governante soube
disso, eles mataram-no [para exibir-se]."» (b. Baba
Bathra 73a-b)

O Talmud também da breves descrições de Lilith:
«Lilith é uma demônia com
aparência humana exceto que ela possui asas.» (b.
Nidda 24b); «Lilith
desenvolveu longos cabelos.» (b. Erubin 100b) E
aconselha:

«Rabbi Hanina falou, "Nenhum homem pode dormir só em
uma casa; quem quer
que durma só em uma casa, será pego por Lilith"» (b.
Shab. 151b)

Este trecho aconselha os homens a casarem-se, para
poderem dormir com suas
esposas e não sofrerem com o desejo. Do contrário,
Lilith viria copular com
eles durante o sono para gerar filhos Lillim. Apesar
disso, não faltaram
homens para "dormirem sós". A obra Jewish Folktales
retomou um antigo conto
judaico "Lilith e a Folha de Capin", que fala sobre um
judeu que não seguiu
este conselho do Talmud:

Certa vez um judeu foi seduzido por Lilith e ficou
enfeitiçado por seus
encantos. Mas ele estava muito perturbado com isso, e
então foi ao Rabino
Mordecai de Neschiz para pedir ajuda.
Mas o rabino sabia por clarividência que o homem
estava vindo, e avisou a
todos os judeus da cidade para não deixa-lo entrar em
suas casas ou dar-lhe
lugar para dormir. Assim, quando o homem chegou não
encontrou nenhum lugar
para passar a noite e deitou-se num monte de feno num
quintal. À
meia-noite, Lilith apareceu e sussurrou-lhe:
— Meu amor, saia desse feno e venha até aqui.
— Por que eu deveria ir até você? — perguntou o homem
— Você sempre vem a
mim.
— Meu amor, nesse monte de feno há uma folha de capim
que me causa alergia.
— Então — disse o homem — por que você não me mostra?
Eu a jogo fora e você
pode vir.
Assim que Lilith a mostrou, ele pegou a folha de capim
e enrolou-a em volta
do pescoço, livrando-se para sempre do domínio dela.

Por vezes, Lilith atacava mesmo os homens casados e,
para combatê-la, os
judeus desenvolveram rituais elaborados para bani-la
de suas casas. Tenho
aqui três exemplos, o primeiro trata-se de um amuleto
persa com Lilith no
centro, circundada por um texto profilático em
Aramaico. (The Semetic
Museum, Harvard University):

«Vocês estão atados e selados, todos vocês demônios,
diabos e liliths,
forte e poderosamente presos, assim como estão presos
Sison e Sisin... A
maligna Lilith, que faz os corações dos homens
perderem-se e aparece nos
sonhos noturnos e nas visões do dia, que queima e
derruba com pesadelo,
ataca e mata crianças, meninos e meninas. Ela está
dominada e selada fora
da casa e moradia de Bahram-Gushnasp filho de
Ishtar-Nahid pelo talismã de
Metatron, o grande príncipe, que é chamado O Grande
Curandeiro da
Misericórdia... que vence demônios e diabos, artes
negras e poderes da
bruxaria. Afasta-os da casa e moradia de
Bahram-Gushnasp, filho de
Ishtar-Nahid. Amém, Amém, Selah.
Vencidas estão as artes negras e os poderes da
bruxaria. Vencida a mulher
feiticeira, ela, suas bruxarias e seus ataques, suas
maldições e suas
invocações, e afastadas das quatro paredes da casa de
Bahram-Gushnasp, o
filho de Ishtar-Nahid. Vencida e jogada abaixo está a
mulher feiticeira -
vencida na Terra e vencida no céu. Vencidas estão suas
constelações e
estrelas. Atados estão os trabalhos de suas mãos.
Amém, Amém, Selah.»

Aqui vemos a associação de Lilith com outros seres
demoníacos, menção
contra a pratica da astrologia "Vencidas estão suas
constelações e
estrelas", bruxaria e encantamentos - o que envolvia
não só bruxedos em
geral mas também a pratica da sedução, fascinação e
até mesmo a
prostituição.
O "exorcismo" de Lilith e de quaisquer espíritos que a
acompanhavam muitas
vezes tomava a forma de um mandado de divórcio,
expulsando-os nus noite
adentro. É disto que trata os outros 2 exemplos
seguintes (Lilith recebe
Divórcio):

Este é o guet para demônios e espíritos e Satã
... e Lilith em ordem de bani-los de ... toda a casa.
Yah ...interrompa o Rei dos demônios
... a grande governante das liliths.
Eu adjuro você ... seja você macho ou fêmea,
Eu adjuro você....
Assim como os demônios escrevem cartas de divórcio
E dão-nas para suas esposas e não retornam para elas,
Então pegue sua carta de divórcio,
Aceite sua quantia de sustento [ketubá],
E vá e deixe e parta da casa....
Amém, Amém, Amém, Selah.

O hebraísmo, em certos casos, admite o divórcio (em
hebraico "guerushin")
[3]. A iniciativa é tomada pelo marido, que da a sua
mulher um documento de
divórcio chamado guet. Esse documento pode ser dado
mesmo se a mulher
discordar. Após o divórcio, a quantia de sustento
estipulada no contrato de
casamento (ketubá) é paga pelo marido. Vejamos agora
um outro guet em forma
de amuleto contra Lilith (University Museum,
University of Pennsylvania):

«Este amuleto está designado em nome do Senhor das
salvações, pelo
selamento da casa deste Geyonai bar Mamai, que aqui
escapa da maligna
Lilith. Em nome de "YHWH-El foi dispersado"; a Lilith,
o macho lilin, as
fêmeas liliths, a Bruxa, e o Ladrão; os três de vocês,
os quatro de vocês e
os cinco de vocês.
Despidos estão vocês, enviados para longe. Nem você
está vestida, com seus
cabelos desalinhados que deixa voar atrás de suas
costas.
Isto é feito conhecido para você, cujo pai é chamado
Palhas e cuja mãe é
Pelahdad:
Escuta, obedece e saia da casa e moradia deste Geyonai
bar Mamai e de
Rashnoi sua esposa, filha de Marath.... Estejam
informados com isto que
Rabbi Joshua bar Perahia enviou o banimento conta
vocês.... Uma carta de
divórcio [guet] desceu para nós do paraíso, e nesta é
encontrado escrito
seu aviso e sua intimação, em nome do Palsa-Pelisa
["Divorciador-Divorciado"], que rende a vós teus
divórcios e tuas
separações. Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith,
Bruxa e Ladrão,
estejam incluídos no banimento... de Joshua bar
Perahia, que tem assim
falado: Uma carta de divórcio que cruzou o mar veio
para vocês... Saibam
disto e deixem a casa e moradia deste Geyonai bar
Mamai, e de Rashnoi sua
esposa, a filha de Marath.
Vocês não podem aparecer para eles novamente, tanto
nos sonhos à noite
quanto no repouso de dia, porque vocês estão selados
com o signo de
El-Shaddai, e com o signo da casa de Joshua bar
Perahia e pelos Sete que
estão depois dele.
Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith, Bruxa e
Ladrão, Eu adjuro vocês
pelo forte [Deus] de Abbraham, pela rocha de Isaac,
pelo Shaddai de Jacob,
Por Yah [que é] seu nome..., Por Yah sua memória... Eu
adjuro vocês à
despedirem-se deste Geyonai bar Mamai, e de Rashnoi
sua esposa, a filha de
Marath. O divórcio, escrita e carta de separação de
vocês (foi)... Enviado
através de santos anjos... Os Exércitos de fogo nos
astros, a Carruagem de
El-Panim depois de sua duração, as bestas adorando no
fogo de seu trono e
na água... Amém, Amém, Selah, Aleluia!»

Os dois amuletos apresentados anteriormente contém um
desenho tosco no
centro, representando Lilith. Em ambos ela apresenta,
longos cabelos,
cintura fina, ancas largas e está com os braços
cruzados sobre o corpo. No
primeiro ela está de saia xadrez, com o busto exposto.
O rosto de ambas dão
a vaga impressão de faces de corujas. A segunda figura
usa um incrementado
vestido e ornamentos. No geral apresenta um óbvio
propósito de sedução
(apesar das figuras serem excessivamente mal feitas,
aparentando-se aos
rabiscos de uma criança no papel).


Lilith no Alfabeto de Bem Sira (sua origem e amuletos
de proteção):

Uma outra fonte importante da tradição judaica sobre
Lilith e os Lillim é o
Alfabeto de Ben Sira, onde encontramos a mais
conhecida história da origem
de Lilith — como "a primeira esposa de Adão". [É
interessante notar que no
Alfabeto de Ben Sira Lilith reivindica igualdade
alegando que, assim como
Adão, ela foi feita da terra; ou seja, não saiu da
costela de Adão como
Eva, portanto não era uma parte dele. Talvez a mulher
por cima revelasse
uma superioridade hierárquica ou ainda, Lilith por
cima de Adão sugerisse o
sexo por prazer, sem procriação (pois na antigüidade
acreditava-se que era
mais difícil para a mulher engravidar se copulasse por
cima). O que Adão
exigia era sexo apenas com a finalidade de
procriação]. Estudiosos tendem
a datar o Alfabeto entre os séculos 8 e 10, CE [4]..
Entretanto, alguns
pesquisadores sustentam que a história em si possa ser
mais antiga:

Logo após o jovem filho do rei ficar doente, falou
Nabucodonozor, "Cure meu
filho. Se você não fizer, eu o matarei." Ben Sira
imediatamente sentou-se
escreveu um amuleto com o Nome Sagrado, e nele
inscreveu os anjos
encarregados da medicina por seus nomes, formas e
imagens, e por seus
flancos, mãos, e pés. Nabucodonozor olhou para o
amuleto (e perguntou) "O
que é isto?"
(Ben Sira respondeu:) "Os anjos que são encarregados
da medicina: Snvi,
Snsvi, e Smnglof [Pronuncia-se Sanvi, Sansavi e
Semengalef ]. Depois que
Deus criou Adão, que estava só, Ele disse, 'não é bom
para o homem estar
só' (Gen. 2:18). Então Ele criou a mulher para Adão,
da terra, assim como
Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a Lilith.
Adão e Lilith começaram
a brigar. Ela disse, 'Eu não vou deitar por baixo,' e
ele disse, 'Eu não
vou deitar por baixo de você, mas apenas acima. Para
você é adequado apenas
estar na posição inferior, portanto apenas eu estarei
na superior.' Lilith
respondeu, 'Nós somos reciprocamente iguais tanto que
ambos fomos criados
da terra.' Mas eles não ouviam um ao outro. Quando
Lilith disse isso,
pronunciou o Nome Inefável e voou para longe no ar.
Adão ficou em prantos
depois (falou a) seu Criador: 'Soberano do universo!'
disse ele, 'a mulher
que você deu-me foi embora.' De uma vez, o Santo
Senhor, bendito seja Ele,
enviou estes três anjos para traze-la de volta.
"Disse o Santo Senhor para Adão, 'Se ela concordar
voltar, (está tudo) bem.
Se não ela deve permitir que uma centena de suas
crianças morram todos os
dias.' Os anjos deixam Deus e seguiram Lilith, a quem
eles pegaram no meio
do mar, nas poderosas águas nas quais os Egípcios
estavam destinados a
afogarem-se. Eles falaram-na as palavras de Deus, mas
ela não queria
retornar. Os anjos disseram, 'Nós iremos afogar você
no mar.'
"Deixem-me!!' ela disse. 'Eu fui criada apenas para
causar doenças às
crianças. Se a criança é macho, eu tenho domínio sobre
ele por oito dias
depois de seu nascimento, e se fêmea, por vinte dias.'

"Quando os anjos ouviram as palavras de Lilith eles
insistiram que ela
voltasse. Mas ela jurou à eles pelo nome do Deus vivo
e eterno: 'Sempre
que eu ver vocês ou seus nomes ou suas formas em um
amuleto, eu não terei
poder sobre esta criança.' Ela também concordou ter
uma centena de suas
crianças mortas todo dia. De acordo (com isto), todo
dia uma centena de
demônios pereciam, e pela mesma razão, nós escrevemos
os nomes dos anjos
nos amuletos de jovens crianças. Quando Lilith vê seus
nomes, ela lembra-se
de seu juramento, e a criança restabelece-se."
[Alfabeto de Ben Sira
Questão #5 (23a-b)]

Esta versão da origem de Lilith ficou amplamente
conhecida de forma que até
hoje existe o costume, entre algumas pessoas, de
utilizar um amuleto [5]
com o nome dos três anjos para proteger crianças.
Alan Unterman diz em seu "Dicionário Judaico de Lendas
e Tradições" que
«Lilith é uma figura sedutora com longos cabelos, que
voa como uma coruja
noturna para atacar aqueles que dormem sozinhos, para
ter filhos demônios
dos homens por meio de suas poluções noturnas, para
roubar crianças e para
fazer mal a bebês recém-nascidos. Se não consegue
consumir crianças humanas
ela come até mesmo sua própria prole demoníaca. Como
proteção contra ela
costumava-se pendurar amuletos e talismãs na parede e
sobre a cama para
mantê-la afastada ou pregar amuletos com as palavras
"Adão e Eva excluindo
Lilith" nas paredes da casa em que uma mulher se
preparava para o
nascimento do filho. A porta do quarto das crianças
tinha os nomes dos três
anjos escritos sobre ela, e, às vezes, cercava-se o
quarto com um círculo
de carvões ardentes. Nas vésperas de Shabat e da lua
nova, quando uma
criança sorri é porque Lilith está brincando com ela.
Para livrá-la de
qualquer mal, deve-se bater de leve três vezes em seu
nariz pronunciando-se
uma fórmula de proteção contra Lilith. Na Idade Média
era considerado
perigoso beber água nos solstícios e equinócios,
porque nessa época o
sangue menstrual de Lilith pingava, poluindo líquidos
expostos.»
Como foi visto, segundo a tradição, Lilith ataca as
mulheres no parto e
causa a morte dos infantes, pois tem inveja da alegria
da maternidade. Ela
constitui assim uma ameaça ao embrião. Por isso, no
passado, o processo de
nascimento era cercado de práticas mágicas com a
intenção de proteger a mãe
e o filho das forças demoníacas. (Também se
sussurravam sortilégios no
ouvido das mulheres para facilitar o trabalho de
parto).
Amuletos contra Lilith costumam trazer nomes de anjos
encarregados da
medicina, como Sanvi, Sansavi e Samangelaf, Gabriel ou
mais raramente
Metraton mas também outros tipos podem aparecer:

"Os judeus baniram essa primeira esposa de Adão,
escrevendo nas paredes
'Adam chava chuz Lilith' ['Afaste-se daqui, Lilith!]
(John Praetorius.
Anthropodemus Plutonicus. 1666).

Um talismã típico é um círculo mágico no qual as
palavra "Eva e Adão"
barram a entrada de Lilith, habitualmente escritas com
carvão na parede do
aposento onde a criança está e em cuja porta estão
escritos os nomes dos
três anjos. A alternativa: "Não deixem Lilith entrar
aqui" costuma ser
escrita na cabeceira da cama da mulher que espera um
filho, usando-se tinta
vermelha. Em muitas partes do mundo atual há pessoas
que ainda usam
amuletos como estes.

[1] Targum (aramaico, significa "tradução") são
traduções comentadas da
Bíblia em aramaico. Um targum pode ser bem literal ou
constituir quantidade
considerável de midrash. As traduções da Torá eram
feitas originalmente
linha a linha, por tradutores profissionais, à medida
que se lia o
Pentateuco na sinagoga. Fazia-se assim para permitir
que os judeus falantes
do aramaico, que não entendiam hebraico,
compreendessem o texto.

[2] As citações do Talmud foram retiradas das
traduções de I. Epstein. (The
Babylonian Talmud. London: Socino Press, 1978) e
Raphael Patai, Patai81,
pp. 184f. O Talmud (hebraico, significa "estudo")
constitúi a obra mais
importante da Torá oral, editada sob a forma de um
longo comentário em
aramaico sobre sessões da mishná. O Talmud também é
conhecido por seu nome
aramaico, Guemará, que veio a ser amplamente usado
para evitar a crítica
dos censores cristãos do Talmud. O Talmud foi redigido
numa versão
palestina (Ierushalmi, literalmente "de Jerusalém") em
c. 400 d.C., e numa
versão babilônia mais autorizada (Bavli), cerca de 100
anos depois. As duas
recensões do Talmud refletem diferenças entre as
condições sociais e pontos
de vista das comunidades da Terra Santa e da
Babilônia. As leis agrícolas,
relevantes para os agricultores judeus da Palestina,
ocupam lugar
proeminente no Talmud da Palestina, mas não no
babilônio. Este último tinha
uma tradição de demonologia muito mais desenvolvida
que a do primeiro,
refletindo a cultura babilônica. Ambos os Talmuds
tratam principalmente da
halachá, mas cerca de um terço do Bavli e um terço do
Ierushalmi focalizam
a agadá, o que envolve não só teologia mas também
midrash, folchore,
medicina, astrologia, magia, provérbios e histórias
sobre rabinos
talmúdicos. O estudo da Torá deve ser feito num
enfoque mental de
seriedade, mas o Talmud deve ser abordado com mais
brilho e vivacidade, e
seu texto estudado de forma melopéica, usando-se
melodias tradicionais. O
Talmud babilônio é a principal matéria de estudo nas
academias de ieshivá,
onde os professores geralmente usam um método
dialético de exegese em suas
incursões aventurosas no que é chamado de "o Mar do
Talmud".

[3] Houve divergências no início do período rabínico
quanto às
circunstâncias exatas em que a Torá permite o divórcio
(Deut.24). A escola
conservadora de Shamai o proibia, exceto em casos de
má conduta sexual da
mulher (adultério), quando o marido é obrigado a se
divorciar dela. A
escola de Hilel o permitia se a mulher se comportasse
de maneira imprópria,
por exemplo, estragando a comida do marido, e a
ulterior halachá seguiu a
opinião de Akiva de que um homem pode divorciar-se de
sua mulher até por
ter encontrado outra que ele prefira àquela. A falta
de filhos também é
motivo de divórcio.

[4] Ben Sira: Texto grego dos apócrifos baseado num
original hebraico,
considerado parte do cânon das escrituras por algumas
denominações cristãs.
Ben Sira é uma coleção de provérbios e máximas, como
os da bíblica
Literatura de Sabedoria. O autor Simão (ou
Josué/Jesus) Ben Sira, revela
uma tendência marcante para as idéias religiosas dos
fariseus, enfatizando
a grandeza de Israel e a fruição dos prazeres deste
mundo dentro dos
limites proscritos. A obra é altamente considerada na
literatura rabínica e
houve, até, uma tentativa infrutífera de incluí-la no
cânon hebraico. Sua
leitura em público, no entanto, foi posteriormente
proibida, para evitar
que fosse confundida com a Escritura. Um tesouro em
manuscritos foi
descoberto numa guenizá do Cairo, depois que um
erudito inglês, Solomon
Shechter, teve acesso a uma página de um original
hebraico de Ben Sira
proveniente de lá. Entre os manuscritos que ele
recuperou estava uma grande
parte do original de Ben Sira.

[5] Haviam amuletos (em hebraico "kemea") utilizados
como proteção contra
demônios, mau olhado, doença, combater hemorragia
nasal, incêndios,
assaltantes, inimigos, para fazer uma mulher estéril
conceber, tornar fácil
o parto, garantir a felicidade de um recém nascido,
obter sabedoria e
diversos outros fins. Esses amuletos são textos e
desenhos geralmente
escritos em pequenos pedaços de pergaminho e incluem
sinais mágicos,
permutações de letras e os nomes de Deus (Agla,
Tetragramaton, etc.) ou de
anjos como o de Rafael, Mikael, etc. O amuleto é usado
em volta do pescoço
ou às vezes pendurado numa parede de casa. Para que um
amuleto seja
considerado eficaz, tem que ser escrito por uma pessoa
santa (segundo a
tradição judaica), exímia na prática da Cabala. Se ele
se mostrar eficaz na
cura de alguém em três ocasiões diferentes, será
então, comprovadamente,
considerado um amuleto. Embora, aparentemente,
amuletos tenham sido
amplamente usados no período talmúdico, Maimônides e
outros rabinos de
mente mais voltada para a filosofia, como Ezequiel
Landau, opunham-se a
eles, considerando-os superstições vazias. Seu uso, no
entanto, foi apoiado
pelos místicos e pela crença popular. Até mesmo os
cristãos buscavam
amuletos com os judeus na Idade Média.

sexta-feira, setembro 01, 2006

TEMOS DE LUTAR CONTRA O MEDO E A FALTA DE LIBERDADE

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Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei.